29 agosto 2006

Picasso em flor


Não sei porquê, mas esta raquel faz-me lembrar o Picasso. Talvez sejam aqueles retorcidos em que as pétalas terminam. Parecem o bigode do pintor!
E, depois, aquele olhar de frente, penetrante, quase patológico com que Picasso olhava, parece estar igualmente presente no todo em que esta flor se apresenta.
Tal como ele, esta raquel tem características muito especiais. É diferente das outras que se espalham no meu jardim. Para marcar bem a diferença, faz questão de florir em época diferente das outras. Para ser original, tal como Picasso fazia questão de ser.

cardeal



O cardeal amarelo voltou a ser o que era. Tempos houve, quiçá pela proximidade com um seu congénere vermelho, que as suas flores ganharam laivos avermelhados. A solução foi afastá-los. O vermelho foi para o chão do jardim; o amarelo, colocado em vaso, num local bem distante do primeiro. Voltou à sua forma original. A que, no fundo, me cativou e me levou a comprá-lo. Esta talvez seja a prova de que, por vezes, somos aquilo em que o meio onde estamos nos transforma. A forma original, contudo, permanece bem lá no fundo do nosso ser e só precisa do estímulo certo para vir ao de cima.

25 agosto 2006

versão em preto



Esta é outra das apresentações possíveis. É feita com duas caixas de três gavetas e um tampo de vidro grosso. Apesar de não estar preso, garanto-vos que não cai. É só calcular o ponto de equilíbrio do tampo.






As caixas são colocadas em diagonal, o que permite que se criem dois espaços sob o tampo da mesa, onde podem ser colocados dois banquinhos para os pés, revistas ou o que quiserem.






Se preferirem uma mesa mais convencional, é só colocar as duas caixas lado a lado, ou com as gavetas viradas para o mesmo lado, ou, como esta, uma para um lado e outra para o outro. Este tipo de gavetas dá muito jeito para arrumar uma série de coisas.

bricolage com direitos de autor

Hoje vou ensinar-vos a fazer móveis. Tudo começa com uma caixinha destas com gavetas, à venda em vários tamanhos: três, quatro ou cinco gavetas. Vêm em madeira natural. Cada um pinta a seu gosto.










Juntei quatro delas, tendo o cuidado de deixar as gavetas para o lado exterior. Dois conjuntos de cada lado da futura mesa.







Com uma ripinha de madeira, construi um aro da medida exterior do quadrado formado pelo conjunto das quatro caixas, de modo a que, depois de colocado sobre elas, firmasse o conjunto. Assim, nem o tampo, nem as caixas se movem.





Depois, foi só pintar o conjunto. Este método tem a vantagem de rapidamente se poderem retirar as caixas, quer para limpar o chão, quer para com elas formar outros conjuntos possíveis.








Já viram esta sala noutra postagem deste blog. Pois bem, com a mobilidade da mesa, a sala transforma-se rapidamente num eventual quarto de hóspedes.







A mesinha de cabeceira fica ao gosto de cada um. Ou como pequena cómoda, com quatro caixas, ou desta, com duas...









ou num estilo mais rebuscado, em forma de escadinha, ou ainda com uma só caixa, como no início desta explicação.
Agora, divirtam-se, mas não se esqueçam: tem direitos de autor.

de onde eu vim!

Um dia assim faz-nos pensar por que viemos ao mundo e daí não poder deixar passar esta oportunidade para vos mostrar de onde vim. A minha origem está neste quadro, nos dois postais e no cartão que os une. É das poucas heranças que tenho de meu pai. Deu-ma a minha mãe há tempos, sabendo do valor que dou a estas pequenas (grandes) coisas.
São apenas dois postais românticos e um cartão. Recordações que ela guardou com carinho estes anos todos. Lembrança daqueles tempos de namoro à moda antiga, em que as palavras ganhavam todo o seu valor.
No meio, o cartão que ditou a minha existência. É um aparente cartão de visita, mas o seu valor está nas palavras que encerra. Ao centro, em letras maiores, pode ler-se "Por si minh'alma sofre".
Nos dois cantos superiores, duas frases que devem ter deixado o coração dos dois pendentes da resposta. Quase que adivinho a ansiedade de meu pai, esperando a decisão final daquela que viria a ser minha mãe. Quase que sinto a alegria dela quando o cartão lhe chegou às mãos.
Assim rezam as frases: à esquerda, "Dobrando este canto será o sim" e à direita, "Dobrando este canto será o não".
A elaboração do pedido, contudo, é ainda mais sofisticada com a última frase, em letra miudinha, por baixo da frase central. É a terceira alternativa possível e encerra a esperança, mais desejada, com certeza, do que a fatalidade da dobra no canto direito. "E feliz seria se aceitasse os meus protestos de amor. Devolvendo o cartão intacto dará uma esperança", diz a frase. Que é como quem diz, se ainda não tiveres certezas, ao menos não mates as minhas.
Uma coisa pode ainda ver-se: a dobra no canto superior esquerdo. Uma dobrinha ténue, quase apagada pelo tempo, mas que me recorda que foi dessa resposta que nasceu a união de que eu haveria de ser fruto!

calçada madeirense

Umas para cá, outras para lá, todas em fileira, bem arrumadinhas! É assim a calçada madeirense à moda antiga. Feita pedra a pedra, naquela doce paciência com que o madeirense cavou túneis e fez levadas, criou poios e ganhou espaço à terra.
Feita com arte que vem do coração. Uma arte feita de tradição, passada de geração em geração.
É tudo isto que sinto e vejo quando lavo ou varro o quintal em frente à casa. Gosto de conservá-lo, fazer com que se perpetue por mais uns tempos. Enquanto aqui viver, assim será. Espero que um dia, se alguém comprar esta casa, não o estrague com cimento ou outro material mais moderno (mas não tão bonito).
É uma calçada difícil de varrer quando não se lhe percebe a alma. Tem de se levar a vassoura no correr da pedra. Divirto-me varrendo de enfiada cada um dos rectângulos de que é composta esta parte do quintal. Começo por uma ponta de uma das laterais e vou até ao fim. Depois, volto pela fiada do meio. Quando acabo essa, começo na seguinte e, então, apanho o lixo todo de uma vez. Com a mesma paciência com que foi feita, embora com menos trabalho do que então. Acabada essa parte, lavo-a da mesma forma, deixando que a água lhes desenhe o contorno.
Hoje, um raio de sol veio banhar-se na poça que ali ficou. Brilhou, transformando em diamante as pedras negras da calçada. Quase que numa alusão ao tesouro que encerram estas pedrinhas...

o sonho saíu à rua num dia assim




Estas visões fazem-me recordar uma canção dos tempos da revolução que dizia "O sonho saíu à rua num dia assim".

Acho mesmo que foi. A manhã está linda aqui na quinta. O dia cálido, com o sol ainda manso. Não se ouvem vozes. Apenas o chilrear dos pássaros, o zumbir da abelhinha que veio beber nas gotas das folhas acabadas de regar, o restolhar das folhas secas sob a passagem da lagartixa que por mim passa sem temor. Até mesmo um gafanhoto, verdinho, bem verdinho, normalmente silencioso, se fez ouvir esta manhã. Esbracejava aflito, preso numa das teias de um dos filhotes de Arabela. Antes que fosse apanhado, soltei-o dos fios traiçoeiros. Um dia assim não é para se morrer a não ser de felicidade!

Adoro o contraste sombra-sol destes dias. Os espaços, as flores, as pedras ganham uma nova dimensão.

Só que, ao longe, sobre o mar, se adivinham mudanças. As ondas encapeladas, alvas, não enganam ninguém. Vem aí o leste! Espero que passe ao largo. Leste é tempo mau. Traz secura própria a incêndios e um vento que os espalha ainda mais. Mata-me as flores. Tira-nos o ar. Não gosto!

quintal chorado

É este um dos preços do abandono a que votei o meu jardim nesta semana. A nespereira fez-se notar. Chorou folhas que já não lhe servem, só para me lembrar que não a posso esquecer. Saudades minhas, penso eu. Ou será tristeza? OK, deixa vir a sombra da tardinha que já te faço companhia! Inté!

à minha espera





Percebem o que quero dizer quando afirmo que tenho de podar a cevadilha? Dói-me a alma só de me ver obrigada a cortar-lhe uns ramos - SIM, PORQUE É SÓ ISSO QUE VOU FAZER - até porque esta é a única sombra que têm as pessoas que sobem esta estrada. Que, diga-se de passagem, não é nada fácil de subir a pé. E, depois, como resistir à ternura com que ela me estende os ramos, me espreita ao portão, me vem esperar à estrada com toda esta alegria?

24 agosto 2006

moral da história

"Quem não chora, Deus não ouve!"


(Acho que é blasfémia! Deus não ouve? É preciso chorar? Oh! Deus! Serás assim tão distraído?)

Greve de zelo

Hoje dediquei o dia a mim mesma. Estou assim numa espécie de greve de zelo a que costumo chamar as minhas preguiças de estimação. SÓ pus duas máquinas de roupa a lavar, estendi a roupa, recolhi roupa, lavei uma carpete e arrumei e mudei a roupa de cama do meu quarto. Ah! Também andei a arranjar o quadro da sala de jantar.
Fora isso, o dia foi meu. Pintei o cabelo - que diabo, também preciso de renovações de vez em quando! - e vi um pouco de televisão.
AINDA NÃO LAVEI A LOIÇA DO ALMOÇO!!!! Greve!
Também não faço jantar hoje! Greve!
Não limpo o pó que estes dias de mudança levantaram na casa! Greve!
Os papéis que falta arrumar vão ter de esperar melhores dias! Greve para cima deles!
Os quintais, que precisam de ser varridos, bem podem esperar deitados! Mais greve!
Greve! Greve! Greve!
Maridinho, ou bem que estás atento ao blog e trazes comida feita, ou vais ter de chegar a casa e fazer o jantarinho! Olalá!
Um convite para jantar fora também não ia nada mal! Hem?!!
Vais na onda?
Hem?
Hem?

Grande barafunda

Meu filho mais novo tem um novo apartamento e para não se gastar dinheiro agora, mobilámo-lo com móveis cá de casa. Basicamente, dei-lhe a mobília que era do seu quarto de solteiro, a minha mesa e cadeiras da sala de jantar - há muito que sonhava ter uma mesa rectangular e aquela era redonda - e o meu sofá de dois lugares. Com mais uns pormenores, a casa dele ficou praticamente montada. Por mais incrível que pareça, aquelas poucas peças que lhe dei fizeram com que a minha casa virasse uma barafunda.
A coisa, dita, até que é simples. O quarto que era dele em solteiro ficou vazio. Vazio é como quem diz. Ficou apinhado com as roupas que eu já não usava e que, entretanto, tinha guardado na cómoda e roupeiro dele e com aquelas pequenas tralhas que ele deixara para trás quando se fora.
Mas enfim, o quarto estava vazio. Sem função. Decidi transformá-lo num escritório mais digno e reservado do que o que tinha até agora. A primeira coisa a fazer era libertar o quarto das tralhas e roupas que enchiam o chão. Para que as roupas voltassem para o meu roupeiro tive, primeiro, que o esvaziar.
Fiz uma "limpeza" drástica às minhas roupas e resolvi que era hora de dar tudo o que já não usava há mais tempo. Tarefa difícil para mim, que vou guardando tudo, sempre à espera do dia em que aquelas coisas sejam necessárias. Impiedosamente, fui enchendo sacos e sacos com roupa para dar, tentando minimizar o desconforto que isso me suscitava, com a consolação de que iriam ter melhor destino na posse de alguém que delas necessitasse.
Retirei o resto das coisas que ainda restavam no quarto que queria transformar para outro dos quartos - que ficou numa confusão - e comecei a criar o escritório. Trazer o armário biblioteca do antigo escritório, a mesa do computador e um outro armário pequeno foi o mais fácil. O difícil foram os quilómetros que percorri a trazer livros e papelada para o novo local.
O escritório estava pronto.
Chegara a hora de resolver a falta de mesa e cadeiras da sala de jantar. Pintei os pés de uma mesa que outrora fora de tampo de vidro e que estava meio abandonada no quintal e, com a mesma cor, pintei as partes metálicas das cadeiras que antigamente faziam jogo com essa mesa. Faltava o tampo. Mandámos cortar uma tábua do tamanho que se pretendia para a nova mesa, lixámo-lo, pintámo-lo e a nossa mesa de jantar ficou, finalmente concluída. Linda!
Já que estávamos com "a mão na massa" e para que a coisa não ficasse pelo meio, decidimos que a sala precisava ser repintada. Demos-lhe um toque de cor aqui e ali, as cortinas foram mudadas e a nossa salinha de jantar ganhou uma nova dimensão. Menos um problema!
A coisa não ficou por aqui. O antigo escritório ficara vazio. Resolvi transformá-lo numa salinha de som. Trouxe os cadeirões de vime que entretanto estava a usar como substitutos do sofá que dera ao meu filho, mudei para lá uma estante que, no corredor, só me servia para ter bibelots, troquei as cortinas e o tapete, dei-lhe os retoques decorativos acessórios e a salinha para ouvir música apareceu toda linda.
Só que a mudança dos cadeirões tinha deixado a minha sala de estar sem sofá. Andámos uns dias a usar os pufs, mas a situação não podia durar muito tempo. Pelo menos para mim. Gosto das coisas no seu devido lugar. Ainda fomos ver preços de sofá, mas não era hora para gastar tanto dinheiro. Lembrei-me que tinha na loja um estrado da minha cama de solteira (imaginem!) e um colchão que há muito não era usado. Nem mais! Com um bocado de tecido fiz um rolo e enchi-o de esferovite e as costas do novo sofá ficaram que nem ginjas! Cobri tudo com uma manta rústica e resolvi, pelo menos por enquanto, o problema da falta de sofá. Está super confortável, garanto-vos! Tanto que nem pensamos mais em comprar sofá tão cedo. Um dia destes tenho é de dar uma nova pintura no estrado, colocar um forro na parte de baixo e decorar a parte de cima com o mesmo tecido. Um dia destes!
A mudança não estava terminada. Faltava resolver a confusão em que tinha ficado o meu quarto de costura, pejado com as tralhas que fora retirando dos quartos já arranjados. Hoje, já está tudo mais ou menos no seu lugar, mas só nessa missão gastei mais do que um dia.
Com a saída da estante para a salinha de som o corredor, entretanto, ficara meio "despido". Nada que saber! Voltei a lá colocar o armário que o decorara durante anos e que passara para o pequeno corredor das casas de banho e a entrada da casa voltou à dignidade de outros tempos. O que falta ainda é suprir a ausência que esse armário agora faz junto das casas de banho. Coisa fácil.
A próxima etapa é deitar fora uma série de papeladas que guardo há anos e que me estão a ocupar espaço nas prateleiras do quarto de costura e no armário biblioteca e decidir o que fazer com as tralhas que meus filhos deixaram para trás e que me dizem já não querer. "Deita tudo fora", dizem eles, mas eu não me fio. Podem lá estar coisas que eles nem recordam e que podem estar cheias de recordações dignas de serem guardadas. Tenho de as ver uma a uma, não vá desfazer-me de coisas essenciais para eles (ou para mim).
Não será hoje, garanto-vos! É que ando nestas "pequenas" mudanças há perto de duas semanas. Já não posso com tanta confusão. Minha mãe, com algum espanto, pergunta-me que tanto tenho para arrumar. Se ela cá tivesse vindo nestes dias haveria de perceber.
Nestes últimos quatro anos tive de mudar a casa três vezes. Uma de cada vez que um dos meus filhos saíu e mais esta, provocada pelo novo lar de meu filho mais novo. Só espero que não saia mais ninguém cá de casa. Se isso acontecer, garanto-vos: saio eu, de seguida. Vou para um apartamento pequeno e onde não entre mais ninguém a não ser eu. Assim, só mudo a casa consoante o meu humor.
E, perguntarão vocês, que tem tudo isto a ver com o meu jardim de pedra, físico e em blog? TUDO! No blog já devem ter notado o impacto. Basta ver as postagens que não fiz neste tempo todo.
Pois bem! Imaginem como é que está o jardim! As ervas daninhas estão danadas de contentes com a minha ausência. As folhas que entretanto caíram devem ter virado fósseis. A minha dália pom-pom cresceu até dizer chega e está a precisar de espaço à volta. Logo, tenho de arrancar uma série de plantas que a rodeiam. Os vasos das prateleiras que cairam continuam à espera de local próprio. A cevadilha da entrada anda a invadir a estrada. Cada camião que passa esbarra nos seus ramos. Tenho de a podar.
Só nestas pequeninas coisas tenho lá fora trabalho para mais uns bons dias. UFA! Perdoem-me se cá não voltar tão cedo! Mas tenham fé: mais dia, menos dia, tudo volta ao normal!
Espero que o computador também. É que, pelos vistos, houve ALGUÉM que andou para aqui a fazer umas mudanças e não consigo colocar fotos nesta postagem!...
SOCORRO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ainda dou em maluca!

17 agosto 2006

pedaço de alma


As arrumações têm destas coisas! Encontra-se de tudo um pouco. É um pedaço de papel. Um simples retalho, mas que me transportou ao passado e me fez pensar.
WEEEEEEE!!!
É um grito de alegria de meu filho mais velho, escrito não sei quando, nem a propósito de quê. Quem sabe o que de bom lhe terá acontecido nesse dia? Deve ter sido bem significativo para ele, para se dar ao pormenor de transcrever para um pedaço de papel o que lhe ia no peito.
Fico presa naquele WEEEEEEE!!!, ali jogado no chão, caído de entre as folhas de um caderno deixado para trás, aquando da sua mudança para a sua nova casa.
Deixo-me embeber pela felicidade que ainda expressa, gravada a tinta preta, mas feliz. A alma, inchadinha daquela felicidade, enche-me o peito. Dá-me forças para continuar a azáfama destas últimas semanas, provocada pela desarrumação em que a minha casa ficou, para poder mobilar o apartamento do meu filho mais novo. Deixo-me embalar pela esperança de que este, um dia, também se sinta tão feliz quanto o irmão se sentiu naquele momento gravado. Fico a desejar que o mundo deles se encha de WEEEEEEs!!!!
No fundo, é nesse sonho que vive qualquer mãe!

13 agosto 2006

Monstro à vista!

Hoje deixo-vos com uma imagem de terror! Já percebem por que é que tenho pavor de aranhas? Imaginar uma destas a passear sobre o meu corpo dá-me arrepios! A anterior dona da casa dizia: "Coitadinhas! Não fazem mal nenhum!"
Até acredito! Não as quero é perto de mim! Consegui dominar o meu medo só para a meter dentro deste frasco. Há muito tempo que não via um destes bichinhos dentro de casa. Deve ter adivinhado chuva!
Ainda andei tentada a deixá-la voltar ao jardim, mas antes que prolifere, como aconteceu com a defunta Arabela!... Foi-se!!!!

Sweet "à la mode"


A Sweet aborreceu-se da sua negritude. Deve ter aderido à moda de pintar o cabelo! Resolveu dar um retoque de cor.
Esta cadela mata-me o juízo! Foi esfregar-se no cimento cola branco com que tapámos os buracos que ela andou a fazer no banco em frente da casa. Vejam só em que estado ficou!
É claro que o trabalho teve de ser retocado e a bichinha toda escovada, antes que ficasse como aqueles condenados da máfia, atirados ao mar, presos em cimento! Do que não gostou nada foi da lavagem!
Fartei-me de rir com o ar dela! Não se via ao espelho, mas deve ter sentido que algo estranho lhe estava a acontecer. Estava com um ar espantado. Escondeu-se na casota, sabendo que tinha feito asneira.
O Sad olhava-a de esguelha, talvez nem a reconhecendo. Quem sabe, talvez reprovando o novo visual da sua companheira de folguedos?!

11 agosto 2006

fetos em vaso


Por hoje deixo-vos com o verde esperança dos fetos que plantei em vaso. Estão a dar-se muito bem, "na fresca" desta sombra.

Soube-lhes a doce!


Se fosse supersticiosa diria que me deram uma carga de olhado na quinta! Para acrescentar às desgraças destas duas semanas de ausência não faltou a ajuda dos meus dois LINDOS cães. Agora deu-lhes para isto. Tomaram o gosto à bananilha e todos os dias há mais uma folha, uma flor ou mesmo um pé inteiro delas no chão.
Embora o Sad também dê uma ajudinha, a desgraça é, essencialmente, obra da minha Sweet, que ferra o dente em tudo o que pode. Até em pedra. Uma outra das suas maneiras de espantar o tédio, que a sua juventude alimenta, é escavacar o chão até conseguir retirar uma pedra. Nem o cimento do banco, em frente da casa, tem escapado.
Bem, quanto às bananilhas ainda compreendo. Quando era jovem também gostava de apanhar as suas flores e chupar-lhes o suco. É docinho. Nem sei se faz mal. A mim, nunca fez. Aos cães também parece que não.
Lá tenho de me resignar a ficar sem este canteiro a meu jeito. A ter de varrer o quintal todos os dias. Nem sovas, nem ralhos conseguem com que a Sweet desista. Até já tentei deixar as folhas caídas mais do que um dia, assim como que a ver se se esquecem da coisa. Não resultou!
Uma coisa já consegui: logo que me vê, a malvada foge com quantas patas tem. Já levou no focinho com folhas de bananilha. Sabe a sorte que a espera. Mesmo assim não se emenda!

cevadilha em flor

Ainda recordam a cevadilha que mostrei no início deste blog? Era uma imagem do ano passado. Esta foto pequena foi tirada agora.
Andava à espera que as cevadilhas florissem novamente. Cá estão elas! A sua altura, sem dúvida, é Agosto! Estão a rebentar de tanta flor. Dão cor e alegria.


Adoro as suas florinhas carnudas, sedosas. Por elas, suporto bem o suplício das folhas e flores que vão murchando, nesta altura do ano, e que me sujam a entrada toda da casa. Não há bela sem senão!

Desastre



As desgraças não se ficaram pelos fungos que andam a atacar algumas flores. Lembram-se deste cantinho? Do meu laboratório de plantas? Em Junho estava como a foto pequena ilustra.

Pois bem! Acho que exagerei no peso. As cordas que suportavam as tábuas não resistiram! Um dia, sem aviso prévio, deram de si. O resultado foi desastroso, como se pode imaginar. Vasos com terra e plantas espalhados pelo chão. Mesmo assim tive sorte. Consegui recuperar a maior parte deles. Agora, repousam no chão à espera de nova prateleira. Não será tão cedo! Tenho outras prioridades, neste momento. Mas, como dizia uma cozinheira que conheci há anos, "daí já não passas". Isto é, ao menos no chão os vasos estão seguros.

dálias pom-pom



Deus não fecha uma porta sem nos abrir uma janela! Foi o que aconteceu no jardim, nestas duas semanas de menores cuidados meus. A dália grande e as rosinhas miniatura estão doentes, mas a tristeza que sinto com isso está a ser superada com o desabrochar das dálias pom-pom. Isso mesmo. É esse o nome. Pelo menos é o que vinha na embalagem.
São minúsculas, quando comparadas com a dália rosa. São branquinhas, de um branco alvo e puro que até nos comove.
Tenho de desbastar uma série de plantas que quase a escondem. As ervas daninhas também aproveitaram a minha ausência para fazerem das suas. Enfim, é a Natureza no seu curso normal.

ou bem a casa ...



É nestas alturas que me apercebo da fragilidade de um jardim. Bastou-me estar mais ocupada com o interior da casa (mudanças, pinturas e afins) para que a moléstia se instalasse lá fora.
A minha dália e as minhas rosas nem parecem as mesmas. Estão a ser atacadas por um fungo que as está a devorar lentamente. A intensidade do calor também não tem ajudado. Vou ter de meter mãos à obra, lá fora. Cá dentro está quase tudo pronto. É um quase em que ainda faltam muitas coisas, mas enfim, o pior já lá foi.